Todos os estados…

30 03 2007

A tarefa era simples: ir até a STB e garantir o seguro para minha viagem. Depois de passar a manhā tirando xerox de revistas e imprimindo páginas de reservas de albergues no velho continente, e de um almoço pra lá de gorducho, joguei os documentos na bolsa, calçei o único par de Havaianas que trouxe e fui. Nem tinha saido de casa quando chegou o primeira pedrinha: qual era o nome da rua mesmo? Piaiu? Ceará? Maranhāo?
– “Pai, você ainda está na internet? Vê para mim o endereço certo da SBT aqui em Higienopolis?”
Alagoas! Isso! O nordeste é logo ali.
Segui por minha rua. O movimento de estudantes com suas mochilas era intenso, como de comum. Subi a Itambé. Engravatados esperavam ao lado dos carros, todos do mesmo estilo Corola de ser. Demorou um pouco para cair a ficha, mas depois de uma fila deles, finalmente entendi: eram os motoristas que esperavam os alunos do colégio da rua.
A tour pelo lado “rico” do nordeste paulista continua. Maranhāo. Piau. Ceará. Será que Alagoas era pro outro lado? Ok, ok. Finalmente. O número da STB era 820, e no cruzamento que eu estava era apenas 32. Obviamente seria uma longa caminhada. No caminho o ambiente foi se modificando, ficando com um ar mais fresco, mais verde. E, de repente, uma ladeira. E uma bela visāo. Dessas que te faz querer uma câmera escondida na bolsa.
Na ida reparei em um parque… Parque Buenos Aires. Crianças, babás e cachorros dividiam espaço lá dentro.
Achar a STB nāo foi dificil. Depois de alguns quarteirōes, lá estava ela, em uma regiāo bem movimentada – que tinha até uma padaria chamada Barcelona, achei bem sugestivo. Em frente à agência, estava a FAAP uma das faculdades da “regiāo” e que eu estava querendo descobrir localizāo para pegar algumas informaçōes para o Salgadinho…
Mal-acostumada com a educaçāo – ou a falta de – dos atendentes da PUC-Rj – e até mesmo da Mackenzie – me surpreendi quando cheguei quase uma hora depois do horário de fechamento da central de informaçāo da FAAP – que ficava em um dos estados do nordeste – e encontrar um sorriso.
Informaçōes recebidas e caminhei em meio aos outros estados.
Chegar aos locais nāo está sendo grande dificuldade para mim. Sair deles e voltar para casa é que está se tornando uma verdadeira aventura.
Sai da FAAP quando ainda estava claro. Segui o caminho por onde tinha vindo. Passei novamente pelo Parque Buenos Aires… nāo ia entrar, mas uma coisa me chamou atençāo. Uma fumaça, meio transperente, mas diferente de fumaça de fogo… parecia mais fumaça de gelo seco. Nāo contive minha curiosidade. Adentrei o parque, apenas para me deparar com um Cuca-Fresca que fazia a alegria da criançada.
Segui meu caminho. Segui rumo ao nordeste. Mas algo estava errado. Por alguma raçāo os estados nāo apareceram e vieram todos os barōes e alamedas. Pronto estava perdida.
A soluçāo é bem simples: procure andar como se conhecesse o lugar e siga seus instintos, se nada der certo, pergunte. Mas a essa opçāo – no meu caso – é só quando bate o desespero.
No caminho “da perdiçāo” achei o pente rosa que minha māe tinha prometido para a neta torta dela, a Leticia. – Sim, is ticking.
Quando reparei que começava andar em circulos resolvi seguir as placas de transito que diziam “consolaçāo”. Pena que era o caminho para carros.
No auge do desespero – hahahaha – resolvi perguntar para o moço da banca de frutas. Mas com classe, como quem quer apenas confirmar uma informaçāo.
– “Moço, a Itambé é para lá, né?”
– “Itambé, nāo (algumas palavras nāo entendidas aqui)”
– “Consolaçāo?”
– “Ah! Cê sobe aqui, daí vai andando até a ‘Ginopoli’, vai ter o Pāo de Açúcar e a Quenzi…”
– “Obrigada! Obrigada! Dali eu já consigo achar!”
Ah! Como era bom ouvir o nordeste de volta. Se nāo em placas de rua, pelo menos no sotaque. Ah! Todos os estados estavam aqui novamente, do lado de casa.
Segui as instruçōes. Achei a Quenzi e o Pāo de Açúcar. Com eles o conforto no barulho dos bares – que assim como nos dias de jogo, as quintas-feiras também ganham vida própria.
Cheguei em casa e já se fazia escuro. De um lado a escova rosa da Xuxa de outro a papelada do seguro.

Note to myself: O CCAA é na Avenida Angélica, cabe saber em qual direçāo.


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3 responses

30 03 2007
Sutil como um...

Hahahaha!
Faço a mesma coisa!
Nada de perguntar, só em aso de desespero! E SEMPRE fazendo cara de entendida!
E o que tem o CCAA? Vai trabalhar lá?
To gostando disto aqui.
Bj bj

30 03 2007
Viviane

Hahahahaah a tatica dos perdidos serve pra qualquer lugar, adorei, adorei! Catar um metrô tb é uma boa. Lembrei agora de qndo eu tava catando a usp, cheguei num ponto de taxi “oi…to procurando a usp…” e o taxista “achou” *sorrisão* virei pra trás e dei de cara com a faculdade, hehe! To nem aí, pergunto mesmo e ainda carrego no s pra deixar claro q eu não sou paulista!
Qto o cuca fresca, to mto a fim de forward a foto pro Caio. Ele vai se sentir at home, hahaha!
E como eu sentia falta dessa frase: FOR SAMPAAAAA!!
Kisses!

30 03 2007
Viviane

Ps: na sua volta, já está marcado. Só tenho 3 coisas para dizer – mercado, seção líquida, última prateleira.

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