Quero ser Laur(en)a…

6 05 2007

“Be the change you wish to see in the world.”
Feed Bag. Amazon

Essa semana que deparei com duas Lauras – uma real, uma fictícia.

A fictícia é personagem de Maya, livro de Jostein Gaarder.
Chamou minha atençāo para a fantasia de viver fazendo algo que é realmente importante para o mundo. Chamou minha atençāo para ser temperamental e apaixonada. Chamou minha atençāo para o fim do mundo.
“Ana perguntou a Laura de onde ela era. Laura respondeu que na realidade era de San Francisco e que tinha estudado história da arte, mas que ultimamente havia trabalhado como jornalista em Adelaide. Nāo fazia muito, recebera uma espécie de bolsa de trabalho de uma fundaçāo ambientalista americana, e sua tarefa consistia em registrar todas as forças que se opunham à luta dos povos em defesa do meio ambiente. A funçāo de Laura seria, em suma, realizar um controle anual de indivíduos, instituiçōes e empresas importantes que, por interesse econômico, depreciassem publicamente a importância das ameaças ao meio ambiente em curso na Terra.” – (pag. 90).

A outra é real e carrega o sobrenome Bush com ela – sim, o mesmo sobrenome Bush que dançou por aqui no último post. Lauren Bush nasceu no mesmo ano que eu (1984). Sobrinha do presidente americano, Lauren é modelo, estudou design fashion e atualmente estuda antropologia na Princeton University.
Talvez para os meus padrōes seja ela um tanto quanto – ou mais – fictícia que a Laura anterior.
Estagiaria de Friends, capa da Vogue, namoradinha do herdeiro de Ralph Lauren, Lauren (Bush) já freqüentou jornais de fofoca como caso amoroso de senhor Prince William. Fofoca vai, fofoca vem. E ela prova – ou ao menos tenta – ser real.
A bolsa da foto é idéia dela. Embaixadora dos estudantes do Programa World Food (Comida do Mundo), desde 2005, lançou à pouco tempo junto a UN (Naçōes Unidas) o programa World Feed Bag (http://www.worldfeedbag.org).
A World Feed Bag nada mais é do que uma bolsa feita do material – altamente – usado na África, a junta. Dos US$ 59,95 cobrados, US$ 34 vāo para o programa que compra alimento para a populaçāo africana. A “grande sacada” é, na verdade, duas.
A primeira é quase acidental. O produto é lançado ao mesmo tempo que uma lei proibe sacolas de plásticos (dessas que usamos no supermercado) na cidade californiana de San Francisco. Agora é lei: cada um leva para as compras a sacola que pretende usar na volta pra casa, e que ela nāo seja de plástico!
A outra deve ter a ver com esse sobrenome dançante! As tais “bolsinhas” sāo vendidas na Amazon.com, maior rede de vendas online. É a primeira vez que a empresa coloca um produto filantropico em suas vendas! E esse é o tipo de moda que a gente espera que pegue (ver: http://www.fotolog.net/rachbelo).

Quisera eu, entāo, ser um misto de real e fictícia. Quisera eu, entāo, dançar por aí. Seja na campanha para o fim da malária [aposto que tenho mais ginga que o branquelo com cara de paspalho], seja entre as palavras de um livro, seja entre o meu sobrenome, mas sempre em algo que realmente faz diferença.
Quisera eu – pelo menos essa semana – me chamar Laur(en)a.

Laura: Latim; coroa de folhas de louro


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12 05 2007
Thatica

É realmente o tipo de moda que deveria pegar. mas a sociedade está voltada pra principios e causas que não levam a nada. É tudo superficial, fugaz… as pessoas são fugazes. e só comprariam ou comprarão a bolsa porque é bonitinha…. perdi a fé na humanidade.
bj bj

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